Alarme, câmeras, grupos de mensagem: com preço do café nas alturas, produtores têm investido em segurança para evitar furtos
01/04/2025
(Foto: Reprodução) Cafeicultores tem relatado até sumiço do fruto no pé antes da colheita, que começa neste mês. Cafeicultores fazem reunião sobre segurança durante a safra em Nova Resende
Em diversas regiões do Sul de Minas, produtores de café, sindicatos e polícias Militar e Civil têm se reunido para discutir medidas de segurança das propriedades durante a safra de 2025, que se inicia neste mês. Isso porque o preço da saca, que tem sido negociada a preços recordes de até R$ 2,5 mil, tem atraído ladrões que chegam a furtar o fruto no pé.
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“Nós tivemos o maior índice de preços na história, isso atrai. Então, acaba ficando muita mercê de furtos e roubos, tanto de cargas quanto na hora de beneficiamento do produto, quanto também na colheita. Muitos dos produtores estão apreensivos, até mesmo os safristas, porque tem materiais dentro da lavoura”, afirmou o presidente da Associação dos Cafeicultores do Sudoeste de Minas, Fernando Barbosa.
Ele mesmo já foi vítima dos ladrões e teve sacas de café furtadas de dentro da sua caminhonete.
Com a saca sendo vendida a R$ 2,5 mil, produtores de café do Sul de Minas estão preocupados com a segurança durante a colheita
Reprodução/TV Gazeta
Durante a safra aumenta a movimentação nas propriedades, o que torna a segurança mais difícil. Outro problema é que, em algumas propriedades, cafeicultores retiraram as cercas para facilitar a entrada de maquinário.
“Devido à questão de avanço da cafeicultura, a falta de mão de obra e o período de safra e colheita ser muito pequeno, a janela é muito pequena para fazer essa colheita, para obter melhor qualidade e assim exportar os produtos, foi retirada as cercas para melhoria do custo de produção e assim entrada das máquinas”, relatou Barbosa.
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Câmeras, alarme e sirene
Aumento nos preços do café produz problema de segurança, no Sul de MG
A agricultora Alessandra Peloso, produtora de café em Boa Esperança há mais de três décadas, precisou fazer um investimento grande em segurança. Desde que o preço do café aumentou em junho de 2024, ela foi vítima de furto por três vezes.
"Levaram de mim café no pé. Porque eu só pude ver quando eu fui colher e eu vi que várias ruas já tinham sido colhidas antes de mim”, contou.
O último furto foi em janeiro de 2025, quando os criminosos levaram 170 sacas de um café premiado que estava estocado no armazém dela.
"Enchi de câmera, pus bateria, pus tudo, pus alarme, pus sirene... Coloquei tudo que eu poderia ter colocado para estar inibindo.”
Ações conjuntas para a segurança
Cafezal no Sul de Minas Gerais:
AMSC/Divulgação
Não existe uma estatística sobre roubos e furtos nas lavouras e esse é um dos pedidos dos produtores de café, que também pedem rondas policiais noturnas durante o período da colheita.
Produtores têm criado grupos de mensagem para assim interligar as propriedades e também facilitar o contato com a polícia para alertar sobre ocorrências de furtos.
"Todos, indiscutivelmente, grandes, pequenos e médios estão preocupados com essa segurança. Várias cidades têm a patrulha rural, que faz ronda diariamente, mas nós queremos que eles agora, nesse período principalmente, façam rondas mais no período da noite”, diz o presidente do Sindicato Rural de Boa Esperança, Henrique Rezende Pacheco.
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Presente nas reuniões, o comandante do 18º RPM, Coronel Jardel Trajano de Oliveira Gomes, disse que os produtores precisam se precaver contra a entrada de invasores e manter contato com as policiais para garantir a segurança no campo.
“Colocar cerca nas propriedades, trancar as porteiras e, se possível, colocar câmeras de segurança. Uma boa estratégia é trabalharmos em conjunto para que a gente consiga encontrar soluções viáveis, de baixo custo e efetivas para que não sejamos vítimas de oportunistas”, afirmou.
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